Dados da coorte H do estudo de fase 1b/2, EV-103, analisam a atividade antitumoral do tratamento neoadjuvante com enfortumabe vedotina para pacientes com câncer de bexiga músculo-invasivo, inelegíveis a cisplatina
Até 25% de todos os pacientes diagnosticados com câncer urotelial desenvolvem a doença músculo-invasiva (CBMI) em que o risco de progressão ou metástase é substancial. A quimioterapia neoadjuvante antes da cistectomia radical e dissecção dos linfonodos pélvicos (CR + DLNP) demonstrou prolongar a sobrevida global para pacientes elegíveis ao tratamento à base de cisplatina (cis). O padrão de atendimento para pacientes inelegíveis a cisplatina, que foram submetidos à cirurgia, não inclui terapia neoadjuvante. Portanto, terapias neoadjuvantes seguras e eficazes são uma demanda não atendida para pacientes inelegíveis para cis com CBMI. O fármaco enfortumabe vedotina (EV) é um conjugado de anticorpo-droga direcionado à proteína nectina-4, que é altamente expressa no câncer urotelial, e demonstrou beneficiar pacientes com a doença localmente avançada ou metastática em estudos de fase II e III – incluindo os pacientes inelegíveis para cis.
A coorte H do estudo EV-103, de fase 1b/2, recrutou pacientes com CBMI com cT2-T4aN0M0 inelegíveis para cis, mas que eram elegíveis para CR + DNLP e tinham uma pontuação de 0 a 2 na escala ECOG. Os pacientes receberam 3 ciclos de EV neoadjuvante nos dias D1 e D8 em cada ciclo de 3 semanas antes de serem submetidos a CR+DNLP. O desfecho primário do estudo foi a taxa de resposta patológica completa (pCR) analisada por uma revisão central. Os principais desfechos secundários incluíram taxa de downstaging patológico (pDS) e segurança do tratamento. Os resultados de uma análise preliminar foram apresentados nesse congresso.
Ao todo, 22 pacientes foram tratados. Estes pacientes apresentavam tumores cT2 (68,2%), cT3 (27,3%) e cT4 (4,5%). Cerca de 68,2% deles tinham câncer urotelial predominante e 31,8% histologia mista. Dos 22 pacientes, 19 completaram todos os 3 ciclos de EV, 21. Foram submetidos a CR+DNLP e 1 a uma cistectomia parcial. Aproximadamente, 36,4% tinham um pCR. PDS foi visto em 50,0% deles, com 1 caso pendente de revisão de patologia central.
Os eventos adversos mais comuns relacionados ao tratamento com EV foram fadiga (45,5%), alopecia (36,4%) e disgeusia (36,4%). Desses, 18,2% apresentaram EAs relacionados ao tratamento de grau ≥3. Além disso, nenhuma cirurgia foi adiada devido à administração de EV. Cerca de 3 pacientes tiveram eventos adversos de grau 5 durante o estudo que não estavam relacionados com EV; em 2 pacientes esses eventos adversos ocorreram > 30 dias após CR+DLNP.
A taxa de reposta patológica completa observada após EV neoadjuvante mostrou resultados promissores em pacientes cis inelegíveis com câncer de bexiga músculo-invasiva – doença que apresenta uma alta demanda não atendida. Os eventos adversos foram consistentes com o perfil de segurança conhecido de EV. Esta primeira divulgação de dados fornece um suporte para estudos de fase II e III em andamento analisando o enfortumabe vedotina no CBMI.